Assistir as aulas no horário da manhã era como estar num território alfa, entre um sobressalto e outro despertava do cochilo e fazia as anotações de biologia. No final das aulas, já acordada, ia animada e com fome para casa. Três vezes por semana estudava com Victor no final da tarde, nos outros dias se virava sozinha. Naquela terça-feira tinham combinado estudarem matemática que era mais um enigma na sua vida e para o amigo, algo elementar. Ficaram revisando a matéria até mais tarde, porque estavam no período das provas de final de ano e tudo ficava mais difícil. Quando saiu do apartamento de Victor não apertou o interruptor da luz e ficou envolta na escuridão do corredor, ficou com medo de ter que caminhar alguns passos na direção contrária para apertá-lo, pensou em sair correndo e subir as escadas até o seu andar, o elevador era uma opção mais assustadora ainda. Olhava para as paredes buscando algum apoio e não conseguia enxergar, quando esticava o braço para tocá-la, tinha a impressão de que ia se distanciando, parecia elástica. Ficou sem referência e em pânico, correu para as escadas, olhou para trás antes de subir, porque escutou um som que parecia um chiado se aproximando. Viu algo fosforescente que saia da parede e planava pelo breu do corredor indo na sua direção. Congelou. No mesmo instante acenderam a luz do andar de cima e Ella conseguiu voltar a correr e só parou ao chegar em casa.
Bromas Naquela manhã os meninos resolveram trancar as meninas dentro da sala de aula, para isso, enviaram os nerds à sala da coordenação de disciplina para pegar uma cópia da chave no armário. Atraíram elas mostrando um vídeo no telefone de Cássio. Ele disse que dera uns amassos na Brenda, a menina mais popular da sala, atrás do prédio do laboratório de ciências. Quando todas estavam agrupadas para ver o vídeo falso, eles saíram e trancaram a porta. Correram para fora da sala, carregando a sensação de vitória. Enquanto riam do que haviam aprontado, o estrondo tomou conta de todo o andar abaixo e o fogo foi ocupando todos os cantos inflamáveis. Os meninos viraram urdidura no meio da destruição. As meninas, antes, entretidas procurando no telefone as imagens, correram para a porta quando ouviram o barulho, não conseguiram abri-la. Foram para as janelas e viram o fogo escalando as paredes. Não tinham ideia de que o prédio estava quase todo destruído, ficaram só uma sala n
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