Bromas
Naquela manhã os meninos resolveram trancar as
meninas dentro da sala de aula, para isso, enviaram os nerds à sala da coordenação de disciplina para
pegar uma cópia da chave no armário. Atraíram elas mostrando um vídeo no telefone
de Cássio. Ele disse que dera uns amassos na Brenda, a menina mais popular
da sala, atrás do prédio do laboratório de ciências. Quando todas estavam
agrupadas para ver o vídeo falso, eles saíram e trancaram a porta. Correram para fora da sala, carregando a sensação
de vitória. Enquanto riam do que haviam aprontado, o estrondo tomou conta de todo o andar abaixo e o fogo foi ocupando todos os cantos
inflamáveis. Os meninos
viraram urdidura no meio da destruição. As meninas, antes, entretidas procurando no
telefone as imagens, correram para a
porta quando ouviram o barulho, não conseguiram abri-la. Foram para as janelas
e viram o fogo escalando as paredes. Não tinham ideia de que o prédio estava
quase todo destruído, ficaram só uma sala no térreo e no primeiro andar que
sustentavam aquela em que estavam. A únicas saídas eram as janelas basculantes
com os vidros quebrados pela explosão. Quando conseguiram passar pela abertura
estreita viram que o fogo tomara conta dos andares de baixo e a fumaça
sufocava. Voltaram. Alguém lá fora gritou que os bombeiros estavam chegando. Se
acalmassem. A escola estava sendo evacuada, do outro lado da calçada, depois da
faixa de segurança foram se aglomerando expectadores. As meninas abraçadas
choravam e rezavam para que os meninos voltassem e abrissem a porta já sendo
consumida pelas labaredas. Não desconfiavam que não havia mais nenhum deles
para fazer isso. Claudia ligou para Rômulo. O telefone no silencioso, tocou
dentro da mochila na sala de aula. A fumaça tomou conta de tudo antes que o
fogo chegasse.
Depois de alguns anos, outro prédio foi
construído no mesmo lugar e havia uma sala de aula no lugar da anterior: pintada de branco, assim como o
quadro, classes e cadeiras modernas, mas os alunos, viam
uma sala mobiliada com as velhas classes verdes de fórmica, o quadro negro, o
armário de madeira no fundo da sala e nas janelas de basculantes, cortinas azul
escuro. Acabara, mais uma vez, a aula de história com a professora Agatha, os
meninos num canto reunidos combinavam algo e as meninas ainda sentadas nos seus
lugares desconfiavam ser alguma brincadeira, observavam curiosas tentando
adivinhar o que eles iriam aprontar, mesmo os mais comportados eram convocados
para essas reuniões e eram forçados à cumplicidade. Resistiam aos jogos de
sedução de Cláudia quando se aproximava tentando escutar o assunto discutido.
Rômulo usava de seus talentos para afastá-la, rapaz de corpo atlético e esguio
da natação, abraçava a moça e a levava para longe. Ela ia, gostando da atenção
recebida. Não era à toa que todas as manhãs se dedicava à produção: jeans de
grife, botas brilhantes, cabelos despenteados após o babylise e a maquiagem, destoava das outras mais novas, que optavam pelo jeans, camiseta e sapatilhas ou
tênis. Terminada a reunião um grupo aproximou-se das meninas reunidas na outra
extremidade da sala. Adônis disse:
- Olha só, viralizou na rede uma parada com a Brenda e o Cássio atrás do laboratório de ciências.
As meninas se entreolharam. Samantha responde: - Duvido que ela ficaria com aquele nerd!
Ele com o telefone na mão finge procurar o vídeo e depois localizar, entrega o aparelho para a menina. Imediatamente todas fecharam um circulo em volta de Samantha. Os meninos começaram a sair da sala sem fazer ruído, Rômulo o último da fila, trancou a porta. Saíram correndo pelo corredor do prédio, coração batendo forte e a sensação de liberdade.
- Olha só, viralizou na rede uma parada com a Brenda e o Cássio atrás do laboratório de ciências.
As meninas se entreolharam. Samantha responde: - Duvido que ela ficaria com aquele nerd!
Ele com o telefone na mão finge procurar o vídeo e depois localizar, entrega o aparelho para a menina. Imediatamente todas fecharam um circulo em volta de Samantha. Os meninos começaram a sair da sala sem fazer ruído, Rômulo o último da fila, trancou a porta. Saíram correndo pelo corredor do prédio, coração batendo forte e a sensação de liberdade.
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