Quando o relógio digital, colocado numa das paredes do bar, zerou, foram abertas as portas da sala e o público que aguardava também fora da casa, começou a entrar. Uma música incidental entoava lamentos e gemidos, num som oscilante, como um mantra. O piso da sala coberto com folhas de árvores parecia áspero como chão de terra, estranhamente, os sapatos deslizavam nele. As paredes estavam cobertas por plantas trepadeiras, algumas pessoas viram lagartixas correrem entre as folhas. A sensação era de que tinham saído e não entrado em algum lugar. No teto da sala estava projetado um céu cinza, as nuvens se movimentando para desabarem em chuva. Alguns ficaram confusos achando que não havia cobertura acima de suas cabeças. A sensação era de expectativa. Parecia que a qualquer momento iria ocorrer algo. O medo foi contagiando a todos e transformando-se em energia, misturada ao som tecno. Muitos passaram a pedir aos garçons, bebidas fortes. Bonnie dançava e a todo momento olhava para trás.